9 Comments

Obrigada. Degustei como uma experiência deve ser degustada.

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Mia, vou me juntar aos outros comentários que já estão aqui e te agradecer por esse texto. Ele fala comigo de tantas formas que eu ainda nem sei como elaborar. Vai ficar aqui comigo, sendo digerido aos poucos. Tenho pensado em muitas coisas parecidas, principalmente conforme eu vou percebendo movimentos assim também com o cinema (e talvez, mais especificamente, com todo esse universo de criação de conteúdo sobre esse assunto). É isso de ir devorando uma coisa atrás da outra sem realmente dar o tempo de as coisas descerem, serem absorvidas e viver ali junto com a gente. Compartilho das angústias com a criação de conteúdo e adorei a citação do Jorge Larrosa Bondía que você acrescentou, me fez pensar em várias outras coisas aqui também. Amei demais o texto, excelente como sempre. Muito obrigada! <3

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Muito obrigado

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Só queria passar aqui e agradecer pelo texto. Talvez mais tarde, depois de dias de muitas reflexões e de mais várias releituras de trechos específicos dele que ressoaram tanto comigo que não consigo explicar nesse momento, eu volte e deixe outro comentário. Mas agora eu só queria agradecer mesmo. Muito obrigada. De verdade.❤️

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Tava escrevendo uma reportagem quando me lembrei que tinha a tua newsletter pra ler, e me veio num momento muito oportuno. O título era um pensamento que me vem um tempo inteiro como produtora de conteúdo: eu também não quero transformar a mim e a minha escrita em um simples número. Passei cerca de um ano sem tocar num caderno ou nas notas do meu telefone pra escrever um verso sequer que não fosse por pura obrigação, e quando escrevi no último Natal me veio um alívio e saudade de escrever, porque sinto que não tenho tempo mais nem sequer pra refletir sobre o que eu vivo, e no meu tempo livre não me fazia sentido fazer o que eu faço todo dia. Então não escrevia, mas escrever é catarse. É transformar epifanias em pensamentos, porque elas só são. A vida de hoje nos tira a humanidade, são tantas coisas para ser e sentir que às vezes o melhor é se retirar um pouco. O sistema nos pede pra transformar o que amamos em rentabilidade que no final não será nossa. Enfim, você me lembrou o porquê a escrita ser parte essencial de mim e o quanto sinto falta dela.

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Textaço.

Compartilho dos mesmos sentimentos que você e estou aí na luta para ter este tempo.

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Olá, Mia, ler a news do QC é para mim esse tempo fora do tempo. Quando a News chega ao meu e-mail, favorito e espero pelo momento em que poderei sentar e ler calmamente cada palavra. Penso o mesmo que você sobre a produção de conteúdo, ou melhor, sinto o mesmo. Também me formei em jornalismo, depois comecei a trabalhar com marketing digital, então minha vida era praticamente criar conteúdo como máquina para empresas. Hoje me libertei desse desespero, mas mantenho minha página no Instagram.

Constantemente me vejo nesse dilema entre ouvir minha alma ou seguir o fluxo capitalista das redes, nem sempre posso ouvir a alma porque sem aparecer nas redes sociais eu não conseguiria clientes ou alunos. Mas diminui bastante a quantidade de posts, na verdade nunca consegui manter mais do que 4 posts na semana.

Sinto que há uma fádiga digital, ninguém mais está expernciando nada, estamos jogados em meio a conteúdos rasos e rápidos que muitas das vezes só reforçam uma falta (uma dor) para vender uma solução. Aindei sentindo até falta das fotos de comida, famílias, cachorros. Enfim, eu poderia falar por horas sobre esse assunto rs.

Quero agradecer pelas suas palavras, é bom ver que existem mais pessoas que não estão dispostas a entrar nesse jogo. Lendo essa news lembrei de um livro chamado A Alma Precisa de Tempo, de uma autora junguiana que se chama Verena Kast, é ótimo! Beijos, Mia.

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Eu vou deixar em mistério o que sinto que quero dizer, no mistério do Tempo. Estou aprendendo com Tarkovsky e com nossas conversas, e com conversas com o Tempo, a necessidade do mistério.

Mas tenho que pontuar o seguinte: eu, que escuto música quase que o tempo inteiro, demorei o dia inteirinho para te ler, e o fiz medieva: ao som dos grilos no meu quintal arborizado. Silêncios são sagrados, é por eles que o Universo comunica, né?

O Tempo do sentir, do apreciar, da experiência, dos ciclos. Este é o Tempo. Time is not money!

Belíssimo texto, Mia.

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Seu texto veio em um momento propício. Como alguém que gosta (ou gostava) de criar coisas, sinto que minha relação com redes sociais se revelou bastante destrutiva – não só pelas infinitas discussões acerca da saúde mental e da distorção que temos de nós mesmos, mas pela necessidade de miraculosamente viabilizar a tarefa de superar o algoritmo. Cria-se uma necessidade (um vício) de querer mostrar para ter retribuições vazias; ao mesmo tempo, colocam-se obstáculos que impossibilitam tal objetivo. Aí, o indivíduo que se arrisca a criar se pega em um ciclo destrutivo. Ao menos sinto que tive essa infelicidade.

De uns meses para cá, tenho desapegado dessas redes a fim de tornar o processo criativo prazeroso novamente. Exatamente como você expôs aqui – e muito bem, por sinal. Porém, às vezes acho que a degradação causada é grande, e a recuperação, bastante lenta.

De qualquer modo, escrevo este comentário-desabafo como alguém que se vê inspirado e impulsionado por outras pessoas que fazem questão de resistir às imposições modernas que parecem nos seguir. Sei que o texto foi um esclarecimento sobre sua percepção pessoal, mas, ao fim, encarei-o como um sábio conselho que, sem dúvidas, precisa ser absorvido, sentido e, de maneira cônscia e sábia, vivido. Sua colocação sobre árvores permanecerem lindas a despeito de não se importarem com criação de conteúdo, embora possa parecer óbvia para alguns, me arrancou uma genuína risada. Acho que foi a constatação necessária, por mais simples que seja, de que a vida precisa ser encarada sem as lentes que nos foram colocadas nesses últimos anos.

Obrigado pelo texto, Mia! E que a escrita enquanto paixão prevaleça sobre qualquer senso de obrigatoriedade. (:

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